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Paciente oncológica grávida

Gravidez após o câncer de mama

Hoje, devido aos maus hábitos da vida moderna (alimentação rica em gorduras saturadas, obesidade e sedentarismo) está aumentando o número de mulheres com câncer de mama em idade inferior a 40 anos, muitas vezes, sem filhos (nulíparas).

Valeria, paciente com câncer e grávida

Valeria, paciente da Neon | Foto: Maressa Moura

O desejo de uma gravidez após o tratamento é grande, mas sempre gera incertezas, causando um medo na mulher e até mesmo no próprio médico.

Felizmente, os estudos observacionais de mulheres tratadas com câncer de mama que engravidaram depois, mostram segurança na gravidez. Ou seja, não aumenta a chance de recidiva do câncer e nem diminui a sobrevida da mulher em questão.

Estudos com mulheres tratadas de câncer de mama demonstram a segurança da gravidez após o tratamento

Em 2017, foi publicado na Revista Americana de Oncologia (JCO) e apresentado no Congresso Americano de Oncologia (ASCO), um estudo com mais de 1200 pacientes que tiveram câncer de mama com receptor hormonal positivo para estrogênio. Isto é, a célula cancerígena se alimenta do estrogênio, hormônio sempre presente em níveis altos na gravidez.

O estudo demonstra um não aumento de recidiva do câncer e muito menos diminuição da sobrevida da mulher, mesmo muitas destas mulheres tendo fatores adversos como linfonodos axilares positivos ao diagnóstico.

Em 2019, foi a vez de um estudo multicêntrico com mulheres tratadas de câncer de mama e com BRCA positivo (gene com mutação responsável pelo câncer genético de mama) mostrar que a gravidez não é contra indicada. Foram novamente observadas 1252 pacientes. A gravidez não mostrou nenhum detrimento da sobrevida livre de doença no grupo das grávidas. Sendo, portanto, totalmente seguro incentivar a gravidez após o tratamento.

Porém, é importante ressaltar que o tratamento oncológico implica não só a cirurgia, quimioterapia e a radioterapia, como
também a hormonioterapia que pode ter indicação entre 5 a 10 anos. Um estudo para verificar a segurança de parar a hormonioterapia para a gravidez está em andamento. Sendo assim, a paciente deve conversar com o oncologista afim de saber a partir de que momento de seu tratamento, a gravidez é segura.

Cada vez mais, ter câncer é sinônimo de vida plena!

Foto da Dra. Edelweiss R. Leite Soares - Especialista em Oncologia Clínica
Dra. Edelweiss R. Leite Soares
CRM/ES 8308
Especialista em Oncologia Clínica
Membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica • SBOC